Disponibilizando e divulgando material de estudo e reflexões à respeito da Filosofia dentro da área de atuação do Psicólogo, tendo em vista uma Psicologia Behaviorista, abrangente, científica, preocupada com a objetividade do que se estuda.
28 de mar. de 2017
Grupo de Estudo - Análise do Comportamento
O grupo de estudo em análise do comportamento já está ocorrendo!
Todas as terças-feiras, na UNAERP, no Blogo G, sala 10, as 15h40min.
Todo encontro é gratuito! Feito pelos próprios alunos!
As discussões e reflexões que ocorrerem nos encontros serão publicados no Blog, em breve.
7 de mar. de 2017
Sobre Mentalismo - Texto Opinativo (01)
SOBRE TAUTOLOGIA E
ALTERNATIVA AO MODELO MENTALISTA NA PSICOLOGIA – PARTE 01
Estamos tão habituados a
ouvir, "fulano está estressado, por isso agrediu ciclano", ou então,
"Zezinho surtou, agora está parecendo um louco", ou ainda,
"beltrano está ansioso, por isso está se comportando dessa forma".
Mas será que essas supostas
explicações realmente esclarecem algo?
Sim e Não.
Além do que ocorre, será
necessário saber, por exemplo, o que causou o estresse, afinal, esse é o efeito
e consequência de alguma situação que ocorreu. Em outras palavras, é indispensável
uma explicação que relacionasse as variáveis independentes (no todo, a
contingência) que causaram o comportamento (variável dependente) ao qual
denominamos de “estresse”, “raiva”, “ansiedade”, e assim por diante. E ainda,
será necessário saber o que mantêm (se ocorrerem com frequência) esses
comportamentos.
A suposta explicação, ainda
assim, não é de toda inútil para a comunidade (para nós), afinal, os operantes,
ou, em outros termos, as classes de respostas (os comportamentos que ocorrem,
com similaridade funcional) que denominamos de “raiva” é de nítido saber para
todos. Por exemplo, quando dizemos que alguém está com raiva, o ouvinte não
necessita de outras informações para entender o que é “estar com raiva”.
Nitidamente, ele sabe quais comportamentos ocorrem para que o outro diga que o
indivíduo “está com raiva”.
Ou seja, a comunidade se
utiliza da mesma verbalização “raiva” para catalogar uma série de
comportamentos que assim o denominamos. E por que? A nossa sociedade, enquanto
comunidade verbal, é modelada de forma semelhante na emissão de comportamentos
verbais, facilitando o reconhecimento dos operantes, suas causas e
consequências. Sem contar que esse processo é muito mais econômico e rotineiro,
não sendo necessário, muitas vezes, especificar o que ocorreu ou o que (não)
fazer com o fulano que “sente raiva”.
O problema é que no meio
científico, não podemos nos contentar com esses vícios de linguagem, essa
tautologia. Não se explica muita coisa ao descrever esse cenário com a
afirmação “fulana está com raiva, por isso está estressado”. O que se pode
supor de uma frase dessas é que: ¹reafirmamos que duas classes de
comportamentos possuem semelhanças funcionais e topográficas, sendo causadas em
ocasiões próximas ou, ²que o emissor desse comportamento verbal não tem
repertório para poder discriminar a diferença entre os operantes em questão.
Além do senso comum, o campo
da psicologia se utiliza ainda mais do dualismo e do metafísico como forma de
comprovação de argumentações meramente redundantes, e seguindo o discurso de
BUNGE¹, são “afirmações esquizofrênicas”, simplesmente por estarmos habituados a
entender que incompreensível é profundo.
A tentativa desse texto não
é a de criticar a funcionalidade das técnicas psicológicas advindas do
mentalismo, mas a de fazermos uma reflexão sobre o que estamos realmente
explicando ou afirmando no nosso cotidiano. Alguém, em algum momento, já viu,
sentiu, observou, manipulou ou estudou diretamente um dos seguintes termos a
seguir: “Mente”, “Inconsciente Coletivo”, “Alma”, “Bioenergia”, “Cognição”,
“Faculdades superiores” ou o “Nada”?
A resposta, evidentemente, é
não. Até mesmo os estudiosos que se preocupam com o estudo desses conceitos
sabem que se trata de abstrações metafísicas ou simplesmente, deduções de que
algo interno está causando algo observável, no nosso caso, o Comportamento. Por
quê então, nos utilizamos dessas explicações? Aqui está uma boa pergunta, de
difícil resposta. Em alguns casos, parece viável afirmar que as conclusões que
o senso comum chega nas observações e relações causais são mais importantes e
precisas do que o emaranhado de terminologia vaga e confusa que alguns
grandiosos autores se utilizaram (utilizam).
Realmente, parece que nós, universitários
de Psicologia, estudamos, e não estou sendo irônico, a forma como os
fantasminhas internos se movimentam e se direcionam, a fim de se poder observar
o que é o Comportamento. É lamentável essas afirmações dualistas, não só pela
falta de compreensão na utilização dos termos, como também pela dificuldade de explicar
ao público geral os conhecimentos que se produz no meio acadêmico, afinal, o
saber não pode se limitar aos estudantes e acadêmicos da área, é indispensável
que se possa explicar para a sociedade as produções e conclusões que estudos
científicos provaram, principalmente quando falamos de estudos que envolvam o
próprio ser humano. A finalidade da ciência Psicologia, como tal, é a de
auxiliar no desenvolvimento de técnicas de aprimoramento (comportamentais) para
que se tenha uma sociedade mais igualitária, saudável, que possa conhecer as
principais causas que levam as pessoas para situações lastimáveis, de forma a
prever esses danos, possibilitando prevenção, além de uma sociedade menos
coercitiva, que se utilize de técnicas pró-sociais e adequadas, principalmente
por meio da educação*.
De que adianta todo esses
estudos fantasmagóricos se não pudermos controlar e prever situações aversivas,
possibilitando contingências reforçadoras para o desenvolvimento de repertórios
comportamentais que visem o bem da espécie e do indivíduo?
Diferentemente da maioria
das abordagens dentro da Psicologia, a Análise do Comportamento, enquanto ciência
e profissão, dispõe de uma teoria que não supõe causas internas, mentais, no
indivíduo. São as contingências (de sobrevivência, de reforçamento, próxima,
última e entrelaçadas*), junto com todo o histórico comportamental e as classes
de consequências, que aumentam ou diminuem a probabilidade de ocorrência de
determinado comportamento. Dessa forma, se pode estudar cientificamente a
relação entre as variáveis que controlam e mantêm o comportamento e o próprio
comportamento, além de possibilitar adequação da técnica pela própria
observação, sem que seja necessário inventar explicações fictícias que são
típicas do discurso florido e bonito.
Essas observações, após
experimentação e comprovações, podem ser utilizadas em diversos contextos,
possibilitando a disseminação do conhecimento para a sociedade, como um todo.
Claro que nesse ponto existem obstáculos, mas a princípio, o objetivo tem que
ser esse, como já se explicou nos parágrafos anteriores.
Utilizou-se como
referencial, direto ou indiretamente, os seguintes materiais:
O livro “Ciência e
Comportamento Humano”, do Skinner;
Artigo denominado “Trilha de
Formiga, Senda de Psicólogo e Etólogo, do autor Walter Hugo de Andrade Cunha;
Dicionário Unesp do
Português Contemporâneo, organizado por Francisco S. Borba;
A afirmação do filósofo
Mário Bunge pode ser lida na íntegra no link, http://www.universoracionalista.org/mario-bunge-as-frases-de-heidegger-sao-proprias-de-um-esquizofrenico/
6 de mar. de 2017
Notas sobre o Blog
- Esse blog faz parte de um projeto: O Grupo de Estudo sobre Filosofia da Psicologia, com um enfoque behaviorista, organizado por alunos da faculdade UNAERP, de modo a termos um espaço para discussões sobre as diversas correntes filosóficas que dão respaldo à prática do Analista Comportamental, além de intercâmbio que se possa fazer com outras abordagens;
- O blog foi criado com o objetivo de divulgar o Behaviorismo dentro do campo da Psicologia e áreas afins;
- Em algumas postagens serão divulgados nossos encontros (do Grupo de Estudo), com hora, local e assunto;
- No canto direito superior desse blog, é possível encontrar diversos artigos e livros científicos sobre Behaviorismo e Análise do Comportamento, todos de cunho científico e de autores respeitáveis, tratando sobre variados temas, como: Responsabilidade, Etologia, Cultura, Seleção por Consequência, Mentalismo, Determinismo, Culpa, Repertório Comportamental. Pragmatismo, Funcionalismo, Educação, Biologia, etc.
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