10 de jun. de 2017

O Sujeito e a Psicologia - Parte III

 
 
O que seria o “Sujeito” na psicologia de W. James?
 
 
Com Willian James começamos a compreender a importância do social e da linguagem no que chamamos de sujeito.
Wundt, como apontamos na discussão anterior, discutiu a relevância de se questionar a metafísica, de colocar o sujeito no seu lugar: na experiência. O sujeito que é sentimento, que é volição, constituindo e caracterizando as sensações, sentimentos e ideias de processos, ou seja, que ocupa espaço e é delimitado por eventos e coisas, sendo tempo.
Em James, o sujeito é tomado como objeto de sua própria ação, dentro do campo fenomenal, tendo sua identidade e aspectos subjetivos.
James construiu sua teoria dizendo que o sujeito é princípio de explicação da ação, tendo uma consciência moral onde essa consciência é sempre contínua e se transforma, possibilitando que se tenha autoreferência, ou seja, o sujeito pode dizer de si mesmo, reconhecendo seus comportamentos, sem haver a necessidade de alguma substância (ego, alma, psique, self) para fazer explicações.
Se pode dizer “eu me conheço” e identificar nessa frase o conhecimento de um “eu” sobre um “me”. O “me” é parte do sujeito que, ao se observar não encontra um “outro eu que sente”, mas apenas um sentimento. Essa é a importância da linguagem para James, o sujeito é autorreferente, diz de si mesmo, diz do seu sentimento e, como em Wundt, o sujeito é sentimento.
Em poucas palavras, a experiência define coisas, sendo o saber das coisas, direto, ao que se denomina de consciência, ressaltando os aspectos filosóficos e psicológicos da linguagem, do pragmatismo, do empirismo radical, da gramática e do monismo da experiência.
Posteriormente, diremos sobre G. H. Mead, autor que diz sobre os aspectos sociais do que denominamos de consciência.
A questão que fica é: para que inventarmos que existem mundos internos (self, alma, ego, mente, psique) se diversas teorias e abordagens possibilitam, por meio do saber sobre a experiência, a compreensão e desenvolvimento do que é e como é o sujeito?
A leitura sobre James e sua psicologia deixa-nos esse questionamento.
 
 

(Texto escrito com base no livro "O Sujeito no Labirinto, um ensaio psicológico", do Professor e pós-doutor José Antônio Damásio Abib, da Editora ESETec, de 2007)