O que seria o “Sujeito” na psicologia de W. James?
Com Willian James começamos a compreender a importância do
social e da linguagem no que chamamos de sujeito.
Wundt, como apontamos na discussão anterior, discutiu a
relevância de se questionar a metafísica, de colocar o sujeito no seu lugar: na
experiência. O sujeito que é sentimento, que é volição, constituindo e
caracterizando as sensações, sentimentos e ideias de processos, ou seja, que
ocupa espaço e é delimitado por eventos e coisas, sendo tempo.
Em James, o sujeito é tomado como objeto de sua própria ação,
dentro do campo fenomenal, tendo sua identidade e aspectos subjetivos.
James construiu sua teoria dizendo que o sujeito é princípio
de explicação da ação, tendo uma consciência moral onde essa consciência é
sempre contínua e se transforma, possibilitando que se tenha autoreferência, ou
seja, o sujeito pode dizer de si mesmo, reconhecendo seus comportamentos, sem
haver a necessidade de alguma substância (ego, alma, psique, self) para fazer
explicações.
Se pode dizer “eu me conheço” e identificar nessa frase o
conhecimento de um “eu” sobre um “me”. O “me” é parte do sujeito que, ao se
observar não encontra um “outro eu que sente”, mas apenas um sentimento. Essa é
a importância da linguagem para James, o sujeito é autorreferente, diz de si
mesmo, diz do seu sentimento e, como em Wundt, o sujeito é sentimento.
Em poucas palavras, a experiência define coisas, sendo o
saber das coisas, direto, ao que se denomina de consciência, ressaltando os
aspectos filosóficos e psicológicos da linguagem, do pragmatismo, do empirismo
radical, da gramática e do monismo da experiência.
Posteriormente, diremos sobre G. H. Mead, autor que diz
sobre os aspectos sociais do que denominamos de consciência.
A questão que fica é: para que inventarmos que existem
mundos internos (self, alma, ego, mente, psique) se diversas teorias e abordagens
possibilitam, por meio do saber sobre a experiência, a compreensão e
desenvolvimento do que é e como é o sujeito?
A leitura sobre James e sua psicologia deixa-nos esse
questionamento.